A colaboradora da Sede Campinas, Aline Kaplers, faz parte do projeto do Centro Infantil Boldrini, “Trupe Humanização com Arte”, que trabalha no setor de internação do Hospital. Aline faz parte do projeto há cerca de 9 anos, e contou para nós sua trajetória:
O que lhe motivou a ser voluntária?
Após a morte da minha mãe no ano de 2012, fui orientada por psicólogos a procurar projetos, como o voluntariado, que ajudassem a me recuperar da tristeza. Foi então, que pensei no Boldrini e realmente me trouxe uma alegria muito grande. Fez com que esse amor que eu tinha para dar a minha mãe, fosse redirecionado à outras pessoas.
Depois de uma espera de 4 meses após ter realizado a minha inscrição, entraram em contato comigo, para informar que tinham uma vaga de voluntariado aos finais de semana. Eu aceitei e comecei o processo de inicialização, onde você passa por psicólogos, treinamentos e dá o aceite final para começar a trabalhar.
E de lá pra cá, nos dias de semana visto minha roupa normal de trabalho como Aline e a cada 15 dias, nos finais de semana, me transformo na palhaça MIRRRKA.
Como funciona este voluntariado?
Lá no Boldrini eles possuem diversos setores de voluntariado, entre eles, o artesanato e costura, acompanhamento escolar, capelania e o de internação, o qual eu atuo. Nele, trabalhamos diretamente visitando os quartos das crianças que estão internadas, fazemos brincadeiras, levamos bexigas, e muitas vezes, servimos como um ouvido amigo, pois os pais e acompanhantes acabam desabafando sobre a situação que estão passando e os desafios que enfrentam.
Qual é o sentimento de participar deste projeto?
No dia que vou pra lá, saio transformada, entro feliz e saio com um sorriso muito maior. Pois muito pensam que é um ambiente de tristeza, mas pelo contrário, as crianças passam muita força, estão sempre sorrindo e mostram grande alegria com a nossa chegada. Isso me deixa muito feliz, é gratificante!
Quando minha mãe estava internada ela recebeu a visita dos Hospitalhaços, onde ganhou um vaso pequeno com flores. Lembro que isso a deixou muito feliz, ela esqueceu da dor. Por isso, sei da importância deste trabalho com as crianças, quando a gente chega lá é uma alegria, elas ouvem o barulho e vão para as portas dos quartos nos esperar e ficam ansiosas nos chamando.
Quais lições você pode destacar que aprendeu durante estes anos de voluntariado?
Durante as ações conhecemos várias histórias e em uma delas eu conheci a Julie, uma menina de 6 anos, que gostava da personagem Minnie, da qual sempre nos vestíamos para alegrá-la, e que estava à espera da doação de medula óssea. Quando finalmente ela conseguiu um doador compatível, pudemos acompanhar a alegria da família com a notícia. Mas justo naquele momento, ela estava passando por uma circunstância complicada, ela estava debilitada, então teria que aguardar a recuperação dela para realizar o procedimento. Infelizmente não deu tempo, ela veio a falecer e não foi possível salvá-la.
O que tirei de lição desta história e de tantas outras que vi no Boldrini é da importância da doação. No nosso país pouco se fala sobre a doação de medula óssea, isso ainda é um tabu, mas tão importante como a doação de sangue, é a doação de medula óssea, pois não temos noção de quanto é difícil acharmos um doador compatível, e essa simples ação salva vidas.
Para mais informações sobre Doação de Medula Óssea acesse a página do Instituto Nacional de Câncer – INCA.
O que deve fazer quem desejar ser voluntariado no Boldrini?
É necessário entrar no site do Centro Infantil Boldrini e realizar a inscrição. As chamadas acontecem duas vezes ao ano.
Como vai funcionar a ação no dia do MC Lanche Feliz?
No sábado dia 27 de agosto, estaremos em duas unidades do Mc Donalds, uma em Barão Geraldo das 13h às 14h30 e a outra no Shopping Iguatemi, até as 16h30. Lá faremos ações para incentivar a compra dos lanches, que serão revertidos em doações.
Conheça os restaurantes participantes com tíquetes físicos
Para saber mais sobre a Trupe Humanização com Arte acesse o Instagram: @trupehumanizacaocomarte